04 janeiro, 2008

 

Medicina não é “bico”. O povo merece respeito

Por Luiz Ernesto
O ex-deputado Luiz Soares está acima da média dos homens comuns, sendo portador de qualidades que realmente incomodam aos que grassam no anonimato existencial.
Soares é tido pela maioria das pessoas como cidadão exemplar e político íntegro, pessoa honesta, além de portar a fama de bom gestor.
Alguns associam seu nome à elaboração das principais normas constitucionais da Carta Magna de MT. Uma das verdades.
É, por assim dizer, “o cabeça pensante” de muitos dos avanços conquistados politicamente por MT.Também é verdade que muitos o acham intransigente e duro nas suas decisões, quando se trata da defesa dos interesses públicos e coletivos. É sabido que as pessoas {que tentam um contato com ele para tratar de assuntos “escusos”} o acham um tanto “arredio” e “truculento”.
Quem conhece mais de perto Luiz Soares, endossa na totalidade essas virtudes e esses defeitos. É impressionante a reação de “parte” da classe médica à sua indicação para retornar à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá.
Plagiando nosso “líder maior”, “nunca antes na história desta cidade de Cuiabá se viu uma entidade de classe tão aguerrida e tão interessada em denegrir a imagem de uma pessoa”. É sabido que o seu hábito de madrugar e “visitar” policlínicas, pronto-socorro, etc., flagrou muitos profissionais da saúde ausentes de seus locais de trabalho.
Pena que, quando da passagem do Sr. Luiz Soares pela referida secretaria, e das suas medidas duras, em relação às faltas ao trabalho por parte dos médicos, que tinham seus pontos cortados, essa entidade não tenha se manifestado com tamanha garra nas suas defesas.
Por que será?É sabido também que, na sua gestão anterior nessa secretaria, Luiz Soares contrariou interesses não só particulares como inclusive empresariais (Hospitais, clinicas, etc..).
Uma auditoria que promoveu na Pasta passou a efetuar as tais “glosas”, algo nunca antes feito com seriedade nas faturas emitidas por essas empresas relativas a serviços não realizados, entre outras irregularidades.Cara feia e ameaças, foi o que se viu na época por todos os lados.
Luiz Soares foi vice-prefeito de Roberto França e assumiu a Saúde num momento dificílimo da pasta.
Estancou a corrupção, ampliou e deu eficiência aos serviços de saúde como não se via deste à época em que Júlio Muller geriu a secretaria, na gestão do ex-prefeito Dante de Oliveira.
Como foi publicado em jornal da capital, “quem faz do serviço público um complemento salarial vai passar apuros na gestão Luiz Soares. Ele não tergiversa, não escamoteia e pune os maus servidores.
Por isso, a reação de setores que não gostam do estilo "linha dura" do novo secretário. Mas, se defender o interesse público, como da população mais carente, é ser ditador, então, viva a ditadura”.
Como muitos afirmam na imprensa, a nomeação de Luiz Soares aprimora o perfil da gestão Wilson Santos, que ganha em conteúdo e qualidade. Soares tem elevado espírito público, tem a visão social da saúde, é defensor aguerrido do SUS e administra com mão de ferro, sobretudo as relações com as instituições privadas que prestam serviço ao sistema.
Honestidade, ética e zelo com o dinheiro público são suas principais características. Prima pela independência de ações, ainda que alguns possam interpretar isso como uma negativa constante a possíveis interferências da ala superior, o que não é verdade. Pois Soares também cultiva a arte de ouvir e ponderar.
Mas é fato que ele não se curva a interesses privados "nebulosos". A sua nomeação, se confirmada, será portanto um alento à população de Cuiabá, que tanto depende dos serviços públicos de saúde.Por certo, nessa quase palpável resistência à sua indicação, há algo mais no ar além dos aviões de carreira!

Luiz Ernesto é cuiabano, funcionário público aposentado é diretor de Comunicação da Afemat (Associação dos Funcionários da Fazenda de MT)

 

A ausência do poder público

Por Luiz Ernesto

É interessante como as pessoas estão se acostumando e se adaptando às situações de conviver sem o poder publico para lhe prestar o serviço que lhe é devido.
Dia desses, em uma festividade de final de ano numa conversa informal sobre o nosso dia a dia e a violência, um dos participantes da prosa, indagou do proprietário da residência onde nos encontrávamos (bairro de classe média) se havia melhorado o problema da segurança e do barulho com a construção do muro mais alto.
Então, o mesmo informou-nos que na esquina ali ao lado da sua casa havia uma padaria/mercearia que era ponto de venda de drogas e que o proprietário da mesma mantinha o som do estabelecimento nas alturas até tarde da noite perturbando a vizinhança. O nosso anfitrião nos disse então que depois de algumas denuncias, não obtendo a resposta do poder público, havia deixado de mãoaté por que o individuo era tido por todos como o bam bam bamda área e que ademais depois que aquele individuo instalara-se com seu estabelecimento comercial no bairro, os roubos e furtos praticamente acabaram, por que ele controlava toda a malandragemdo bairro.
Outro participante da prosa interveio e indagou por que então ele não se mudava dali para um outro bairro mais seguro?Ele disse que estava pensando nisso e que era só uma questão de tempo. Outro também aproveitou para opinar afirmando que ele estava certo, que o melhor mesmo era ele se mudar.
Depois de ouvir todos os argumentos e já ansioso por dar o meu pitaco na conversa, entrei de sola e tasquei:Por que vocês todos do bairro não se reúnem e não levam o caso às autoridades e cobram das mesmas a solução do problema? Vocês acham que levantando muros, colocando grades, ou mudando-se de bairro todas as vezes que forem incomodados vai resolver o problema? Todos me olharam e um deles transmitiu o pensamento dos demais como se estivessem a dizer: “isso não dá em nada”.
Definimos “violência”, de forma sintética, como todas as práticas sociais, inclusive as simbólicas, que viola a dignidade do ser humano, como indivíduo e como grupo.A progressiva incorporação do medo e da insegurança como componente fundamental da existência cotidiana na cidade é uma verdade nua e crua.
A partir deste fato, podemos concluir que a incapacidade do Estado constitui-se, então, em uma das principais razões para que a insegurança tanto para morar como de circular torne-se sentimento comum entre os cidadãos.
Isso acontece porque a ausência do poder público incentiva o aparecimento de grupos privados que disputam a soberania e o “mando” nos diversos espaços públicos e privados das nossas cidades.A legitimação do poder não é produto da força, mas o reconhecimento da capacidade de definir normas e fazê-las serem cumpridas.
Permanecer é o desafio, temos que resistir: O Estado não consegue regular as relações de propriedade; afastar da vida social aqueles e/ou responsabilizar os que não respeitam as suas leis; garantir a segurança dos cidadãos; controlar a oferta dos serviços públicos e o funcionamento dos equipamentos urbanos.
A inapetência do Estado por exercer a soberania e regular as relações das pessoas e grupos estabelecidas numa determinada região ou território fez com que essa forma de exercício do poder fosse privatizada. Assim, o poder de ordenar as práticas sociais em um território específico passou a ser disputado por grupos privados criminosos, hoje conhecidos “tráfico de drogas” e “milícias”.
O objetivo central desses grupos é, via o controle do território, desenvolver um conjunto de ações econômicas lucrativas através da venda de produtos diversos: drogas, armas, terrenos, segurança etc.É necessário que o poder público e sociedade civil reflitam a opção de adotar o enfretamento com estes grupos privados, como política de segurança pública, para a recuperação da soberania nos espaços privados e públicos por parte do Estado.
O direito à segurança, à vida, é uma premissa fundamental da existência coletiva. Podemos viver numa sociedade injusta, embora insatisfeito, mas não podemos viver em uma sociedade sem ordenação coletiva, onde cada um faça apenas o que quer, sem reconhecimento e respeito ao outro.
Fiquei a pensar se então aquele caso que estávamos vivenciando naquela conversa, não era o prenuncio da mesma situação na querida cidade em que nasci, cresci e hoje crio meus filhos e netos.Se neste caso, o Estado não for por nós quem o será?
Com certeza, esta omissão do poder público, anuncia sim uma guerra entre irmãos do tipo cada um per si e Deus por todos! Salve-se quem puder! Temos que resistir!

Luiz Ernesto é cuiabano, funcionário público aposentado é diretor de Comunicação da Afemat (Associação dos Funcionários da Fazenda de MT

 

Guarda Municipal: promessa a ser cumprida

Por Luiz Ernesto

Ainda faltando um bom tempo para concluir sua primeira etapa de trabalho, o prefeito Wilson Santos pode efetivamente virar o jogo eleitoral em 2008 se concretizar um dos projetos mais ansiados da população de Cuiabá: a instalação da Guarda Municipal. Trata-se de uma de suas promessas de campanha, ainda na realizada em face da turbulência administrativa que foi eclodindo a partir do instante em que o prefeito Wilson tomou pé da exata situação financeira da Municipalidade, atrelada a encargos quase impagáveis, a típica herança maldita de antecessores. Está em tempo, no entanto.

Wilson sempre demonstrou que não lhe falta visão futurista e, principalmente, força de trabalho, determinação criteriosa, para cumprir à risca as suas prioridades de administrador. Afinal de contas, a máquina municipal precisa andar, a despeito das controvérsias que se intercalam entre os projetos delineados e os desafios que se interpõem nessa vontade de fazer. Wilson sabe disso e vem se empenhando até de uma forma mais sábia.

Ainda que suas iniciativas na preservação do patrimônio público possam levantar críticas pela injeção de recursos nesses empreendimentos, é sabido que a maioria das obras conta com a colaboração parceira e decisiva de instituições diversas, de âmbito privado e público. Wilson faz o que a alma de historiador o leva a fazer, entendendo que Cuiabá precisa preservar seu lado existencial, algo imprescindível à concepção futura dos avanços registrados pela cidade.

Lógico que a instalação da Guarda Municipal eclode diante do que alguns poderiam entender como ‘exorbitância de gastos desnecessários’, sem atentar que a instituição de um modelo de segurança municipal demanda uma estrutura contínua e que não se encerra simplesmente com a finalização das obras de determinado empreendimento. E como fica assegurada a continuidade operacional da GM, diante do montante de encargos que a Prefeitura vem conseguindo cumprir honrosamente e com dificuldades imensas?

É nesse ponto que também se anuncia um reclame que a Prefeitura pode aclamar sem receios de ser mal-interpretada: uma maior injeção de recursos do Estado para amparar os municípios com deficiências gritantes e que implicam em riscos à segurança da população. O Governo de Mato Grosso poderia direcionar verbas sistemáticas à Municipalidade, tornando real o sonho dos cidadãos cuiabanos de também contar com a GM, realidade na cidade vizinha, Várzea Grande.

Lembro-me muito bem de que, quando adolescente, cada pracinha de Cuiabá tinha o chamado “guarda” da Prefeitura. Além da questão de segurança, ele ainda cuidava da manutenção da mesma. Era contratada geralmente uma pessoa da própria comunidade. O patrimônio público durava muito mais tempo para necessitar de uma reforma.

A realidade atual é outra: são escolas, Postos de saúde, Centros Comunitários, Centros de Convivências, praças públicas, ginásios de esportes, enfim, tudo destruído por vândalos. Culpar o prefeito é uma clara injustiça cega àquele que tem se esforçado para garantir a integridade física do patrimônio público. Mas fica mesmo difícil conter a sede de vandalismo criminoso que acomete os quadrantes do município cuiabano:

Vou citar apenas alguns casos já publicados na imprensa:

Escolas: A Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer (Smedel) de Cuiabá administra 121 estabelecimentos na capital, de Educação Infantil e Ensino Fundamental, além de 18 escolas na área rural. Em 2006, o órgão gastou mais de R$ 1,7 milhão com reformas emergenciais; R$ 500 mil a mais que em 2005.

Iluminação:Além deixar a população no escuro, os inúmeros furtos às fiações subterrâneas está obrigando a instalação de cabos aéreos. O prejuízo é superior a R$ 40 mil. Por mês, são trocadas em média 600 lâmpadas. O gasto mensal chega a R$ 24 mil. Se contabilizados os transformadores queimados ou furtados, porque são fontes de cobre, o gasto é muito maior.

Pronto Socorro Municipal: Destruir pés de cadeira, tampas de vaso, torneiras de bebedouro, arrancando estofados de cadeiras e demais objetos de uso são ações corriqueiras praticadas por usuários do Pronto-Socorro de Cuiabá. Aliado aos furtos de travesseiros, equipamentos médicos, remédios e até roupas de cama, o gasto chega a R$ 500 mil por ano. O recurso seria suficiente para uma reforma completa em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com 10 leitos.

O mais lamentável é que a Prefeitura repõe tudo isso, já sabendo que 90% dos investimentos serão inúteis, porque a ação depredatória não termina jamais. É triste ver o dinheiro indo para o ralo desse jeito.

Wilson Santos tem lamentado que alguns tenham uma visão tão depreciativa daquilo que, em tese, deveriam preservar. Também sabe que a efetiva criação da Guarda Municipal não irá resolver o problema da insegurança, mas amenizará substancialmente a depredação do patrimônio publico municipal, que assim teria mais recursos para investimentos e atendimento de outras necessidades da população.

Por outro lado, é necessário que todos nós, consigamos conscientizar os nossos filhos da obrigação de zelar e manter o patrimônio público construído a duras penas pela cobrança de exorbitantes impostos de todos nós.

Educação e consciência cidadã. É disso que todos precisamos. Além, é claro, da efetiva penalização daqueles que insistem em infringir a lei.

E-mail: escrevaprobarreto@terra.com.br


Luiz Ernesto é cuiabano, funcionário público aposentado é diretor de Comunicação da Afemat (Associação dos Funcionários da Fazenda de MT

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